História de um dia bem passado



Bezerra, Serro Ventoso, Porto de Mós - Serras d'Aire e Candeeiros

No âmbito e no seguimento do que nos foi proposto na aula de Trad'Inovações, vamos relatar uma jornada, vivida pessoalmente, de actividade física, de actividade cultural e de actividade social, que ocorreu já em 15/05/2012.

Trazemo-la agora para cena, visto enquadrar-se perfeitamente com o objectivo traçado nas nossas aulas, pois não é mais do que  um roteiro turístico alternativo a ter devidamente em conta.

Estas actividades estavam inseridas nos trabalhos de mestrado dos estagiários do IPL Sandra Costa e Hirondino, que as orientaram, cada um na sua área, Desporto e Bem Estar e Artes, respectivamente.

Como não podia deixar de ser, a organização deste evento teve a chancela do nosso colega José Júlio que, como sabem, está sempre disponível para tudo o que se revele do interesse colectivo.

Para além de organizar, também pôs ao dispor do pessoal , as instalações pertencentes a familiares da sua esposa, situadas na Serra da Pevide, do Grupo Serra de Aires e Candeeiros, perto da localidade de Bezerra, concelho de Porto de Mós que serviram de base para as actividades propostas.

O local é fantástico, rodeado de paisagens maravilhosas capazes de confortar a vista e o coração. É a natureza no seu esplendor.

A casa está à altura do local e serve perfeitamente os fins a que se destina - Casa de férias.

As fotos, melhor do que as palavras, ajudarão a compreender melhor como foi possível atingir um tão elevado grau de serenidade espiritual face a tamanha beleza e tranquilidade que nos rodeavam.

Vivemos uma jornada de "dia inteiro" que serviu também para cimentar amizades e promover um melhor conhecimento entre os participantes.

Vamos então falar um pouco de pormenores:

Cedo, mas não de madrugada, fomos reunindo no local de encontro previamente combinado ou seja, em frente do átrio principal da Escola.

Como se pode constatar pelas fotos, para além dos estagiários Sandra e Hirondino acompanharam-nos o professor Dr. Mário Oliveira para nos falar um pouco, "in loco", sobre a formação do Maciço Calcário Estremenho que se situa exactamente na Serra de Aires e Candeeiros. http://mesozoico.wordpress.com/2009/05/21/influencia-geomorfologica-do-macico-calcario-estremenho-na-distribuicao-da-vegetacao/. e a colaboradora do programa IPL 60+, (nome a apurar), que nos deu um importante e imprescindível apoio logístico.



Feitos à estrada, paragem em Porto de Mós, para compras de última hora, certamente relacionadas com o almoço.


Daqui até ao local do convívio, sem mais paragens.

E eis que já estamos à porta do pequeno paraíso, que o anfitrião logo se apressou a abrir.


À entrada, o primeiro miminho. Há um tempo para tudo. E cheirar uma rosa é um tempo bem empregue.



Mas, e ainda bem, não estávamos instalados em nenhum hotel. Por isso tínhamos de ser nós a tratar da logística. Era preciso transportar os víveres das viaturas para a casa, pois de contrário não almoçaríamos e todos sabemos como os ares da serra aguçam o apetite. Então, mãos à obra.


Arrumados os sacos e os seus conteúdos, tempo agora para "ir à fruta" e para uns momentos de descanso e relaxamento.


Todavia, com o "Programa das Festas" bem definido, tínhamos de começar a "dar à perna" pois o próximo passo consistia em realizar uma caminhada, no troço da antiga linha do caminho de ferro da Bezerra http://www.municipio-portodemos.pt/page.aspx?id=393 através do qual, outrora, se fazia o transporte do carvão das minas da dita para Porto de Mós.

Vamos então apanhar o percurso que pretendemos fazer. Ainda estamos no pré-aquecimento, a fazer um pequeno percurso até à Ecovia.


Pelo caminho, havia quem trabalhasse. Por sinal de costas voltadas. Mas trata-se apenas de uma técnica para "sachar as batatas".


E aqui estamos no local exacto do início da Ecopista. Uma foto do grupo para a posteridade.


Demos então início à caminhada propriamente dita, sobre a orientação da estagiária Sandra Costa, calcorreando alguns kilómetros da pista que foi feita sobre o traçado da antiga linha de caminho de ferro a que já aludimos anteriormente. Seguimos para norte (na foto estamos virados para sul) sempre rodeados de deslumbrantes paisagens, acompanhados de um silêncio perfeito, aqui e ali recortado pelo canto de uma qualquer ave ou pela ocasional troca de palavras trocadas pelos caminhantes. Mas o momento era para desfrutar das paisagens naturais e, por isso, as palavras foram parcas.


E houve quem, de repente, sentisse vontade de envolver a natureza num abraço apertado. Apetecia mesmo.


Tempo para um merecido descanso. Tempo para meditar. Tempo para absorver o que a natureza nos dava. E tempo também para registar o momento.

A partir daqui, o regresso ao local de partida. A Ecovia é muito mais extensa (um dos percursos tem cerca de 12 kms) mas os compromissos do programa não nos permitiram prosseguir. Outras actividades nos aguardavam. 
Com o calor do meio-dia já apetecia procurar uma das poucas sombras existentes no percurso realizado. Foi aqui que o prof. Mário Oliveira falou sobre o tema a que se tinha comprometido. Uma lição que soube bem.

A certa altura pareceu-nos que o Zé Júlio nos estava a dizer: "Acabou aqui. Não há mais nada para ninguém". Ainda por cima, está com uma pedra na mão. E as caras preocupadas dos que o escutam?


Mas não.  Logo que este grupo chegou ao quartel general já o Júlio Dias estava a tratar das brasas - as do lume, porque as outras, que também as havia, estavam ocupadas noutras tarefas relacionadas também com o almoço - com o Zé Júlio de imediato a acelerar o processo, enquanto a entremeada, o chouriço, as salsichas, as morcelas, etc. e tal, aguardavam pelas mãos experientes do assador.


Enquanto isso, as outras brasas já tinham feito a parte que lhes competia, com o costumado zelo e bom gosto. Agora aguardavam serenamente pelo desenrolar do desafio que o Zé Júlio e, esporadicamente, mais um ou outro travavam com a churrasqueira.


O relógio de pulso já marca as 13h-15m. Mas o biológico já vai muito mais adiantado. São mais do que horas para darmos início ao ponto seguinte do programa - O Almoço. Este ponto, como não podia deixar de ser, foi zelosa e empenhadamente cumprido e mereceu de todos os presentes todo o carinho e agrado. Deu gosto ver o espírito solidário com que se propuseram atacar o "inimigo/amigo". Com todo o rigor, pompa e circunstância,



inclusive com direito a brinde. Um brinde à saúde, à amizade, ao companheirismo.


Após o reconfortante repasto, tempo para repousar, para conversar, para brincar. A refeição, pela quantidade e qualidade, e a tranquilidade do local, a isso convidavam.



Depois de decorrida mais ou menos uma hora neste remanso, era chegado o tempo de cada um mostrar as suas habilidades artísticas na área da pintura.
Então, já sobre a orientação do estagiário Hirondino, foi lançado o desafio para que, cada grupo organizado de forma aleatória, pintasse uma natureza morta cuja figura foi previamente estruturada pelo mestre orientador.
Pincéis em riste, o apertar das bisnagas, a mistura das cores, mais água, mais aguarela e mãos à obra.



Tal como o poeta José Régio termina o seu poema Cântico Negro , também alguém decidiu que "não quero ir por aí". Pôs de parte as aguarelas e usou outra técnica e, ao que parece, com êxito.


Uns melhor, outros talvez nem tanto, mas todos cumpriram com o plano que estava traçado. Deram o seu melhor e alguns resultados demonstram já alguma perícia na arte.


Houve falhanços? Sim houve. Mas que importa se o objectivo principal - participar - estava cumprido?


E houve quem quebrasse as regras, que eram poucas? Sim, ouve. Mas foi muito divertido.


Estava a jornada prestes a chegar ao fim. Tempo ainda para um lanche, mais umas minis, mais umas conversas. Mais a certeza de que tínhamos passado um belo dia, numa franca e salutar jornada de amizade e alegre confraternização. É sina, tudo o que é bom parece acabar depressa de mais. Mas dentro de nós, cada um ficou com o que de melhor conseguiu guardar de tão espectacular dia.

O mérito, a dedicação, a entrega à causa, a amizade, predicados mais uma vez revelados pelo Zé Júlio merecem aqui um destaque especial mesmo a todo este tempo de distância.

Particularmente, fica o meu obrigado por me ter dado a possibilidade de ter partilhado este dia com gente tão bonita.

Aqui fica a medalha de mérito pelos serviços prestados à comunidade dos 60+, entregue por uma conhecida figura planetária.


Notas finais:
- Recomenda-se vivamente este percurso, que também pode ser feito de bicicleta.
- Como chegar:  Viajar até Porto de Mós. Apanhar a N/362 para Santarém. Passar uma rotunda. Virar à direita para a Rua do Moínho. Continuar até à Rua Principal. Chegou a Bezerra. (11 kms.)
- Ecovia: 39º 33' 36.89'' N - 8º 50' 29.12'' W

Gândara dos Olivais, 12 de Abril de 2014, 19h-25m
João Ervilha, a ressacar de uma gripe ligeira.













Sem comentários:

Enviar um comentário